o primeiro

o primeiro

Desde 2010 que tenho redes sociais e hoje, passados 14 anos, finalmente percebi que não tenho jeito nenhum para as usar. Em vez de ficar triste com a situação, decidi colocar a minha energia na criação deste blog, dando assim o primeiro passo na direcção da carreira sustentável que visiono.

O meu nome é Pedro e sou um músico conhecido como “slowlevitation”. 

Em 2010 comecei por usar o Facebook porque tinha curiosidade em experimentar os jogos de que toda a gente falava. Durante esses primeiros anos, fui feliz dentro daquele espaço azul e branco. Não porque tive a oportunidade de me conectar com amigos e familiares (como era publicitado), mas porque pude jogar uma panóplia aparentemente infinita de jogos. Eram tempos simples, em que a minha maior preocupação era manter o meu restaurante melhor do que o dos meus amigos.  

A próxima rede social que experimentei foi o Twitter em 2013 porque “monkey see, monkey do” e toda a gente à minha volta tinha uma conta. Para meu espanto, foi esta a rede social que mais usei durante a minha vida. Nela conheci muita gente com quem ainda mantenho contacto (a minha noiva inclusive) e nunca sequer considerei apagá-la porque os memes eram demasiado bons e praticamente insubstituíveis por outras redes.   

Mais ou menos na mesma altura criei Instagram, apesar de não gostar propriamente de tirar fotografias e, dada a situação actual do Twitter (deixei de o usar e todos os dias pondero apagar de vez a minha conta), é esta a rede que mais utilizo atualmente. 

Talvez por ser a rede que mais uso, é também a que mais frustração me traz. A quantidade exorbitante de publicidade, o facto de não conseguir ver as fotos que as pessoas que sigo publicam devido ao feed algorítmico (que em tempos foi cronológico) e o facto de se ter tornado numa espécie de canivete suíço das rede sociais são razões suficientes para não querer interagir com a plataforma. No entanto, o meu maior problema é estar preso numa bolha e não conseguir chegar a mais gente fora da mesma. 

O que estou a querer dizer é que, na prática, fico frustrado com o Instagram porque não estou a conseguir crescer como gostaria. Um pouco como o miúdo que se vai embora com a bola quando começa a ver que está a perder por demasiados pontos. Sei que estou numa relação tóxica porque, mesmo depois de ser rejeitado inúmeras vezes, continuo a dedicar uma boa parte da minha energia a tentar surpreender os inúmeros algoritmos que regem a plataforma. 

Para além desta razão (que já é suficiente para fazer um homem adulto chorar), não aprecio o controlo que estas empresas detém sobre todos os cantos da nossa vida e os inúmeros casos dos últimos anos são prova suficiente de que a privacidade do utilizador nunca é (nem nunca será) a sua primeira prioridade.  

“Então porque é que continuas a utilizar o Instagram?”

Esta é a pergunta chave, à qual a minha resposta actual é a seguinte:  sou músico e, como tal, um dos meus objetivos é que a minha música seja ouvida por pessoas fora do meu círculo de amigos e familiares, quiçá conseguir fazê-lo profissionalmente. E nos tempos que correm, a “única” forma de o fazer é através das redes sociais (coloquei as aspas porque talvez existam outras formas, mas, ainda não as descobri e possivelmente hei de escrever algo sobre este tópico). Para além disso, todos os artistas com que me cruzo atualmente utilizam o Instagram como a plataforma principal: em vez de trocarmos números de telemóvel, o mais comum é trocarmos @s.

Se não fosse a minha vontade de ser ouvido, provavelmente não teria nenhuma conta de rede social. Nada. Seria uma pessoa sem pegada digital (exceptuando a ocasional foto altamente desfavorável que os meus familiares publicam sem pedir autorização) e provavelmente muito mais feliz do que sou actualmente. 

Este blog vem no seguimento da minha incapacidade de adivinhar o que é que o algoritmo quer de mim e de um gosto pela escrita: sinto que consigo ser mais genuíno através de uma parede de texto, em vez de um Reel que não será visto para além dos 3 segundos. Não só isso, é também uma forma de criar dinâmica num espaço que é meu (este website), que posso alterar e editar à minha maneira, sem estar à mercê de terceiros. 

Para além do blog, decidi também criar uma newsletter, através da qual poderás receber notificações de quando publico um novo post aqui ou updates sobre a minha vida (artística e pessoal) sem algoritmos manhosos. A ideia é partilhar um pouco de tudo, consoante o que me apetecer escrever ou o que me estiver a inspirar no momento. Como não poderia deixar de ser, a única regra é: não existem regras.  

Por enquanto continuarei a usar o Instagram e a publicar actualizações da minha vida artística por lá, mas, vejo a criação deste blog como o primeiro passo para a minha independência digital, aventura esta que está apenas a começar. Se quiseres acompanhar os próximos episódios, recomendo então que te inscrevas na minha newsletter e que estejas atente. Prometo que não te vou spammar com “oportunidades únicas” ou outras publicidades manhosas. Bem sei que o teu endereço de email é um bem valioso e tratarei-o como tal <3

Se chegaste até aqui, obrigado. 
Se assinaste a newsletter, um obrigado ainda maior. 
Que comece o próximo capítulo da minha carreira artística.